
ANTECEDENTES
A Bacia Transfronteiriça do ROVUMA tem o nome do rio ROVUMA (Rio Rovuma) partilhado entre o Malawi, Moçambique e Tanzânia.
O principal rio Rovuma corre ao longo da fronteira entre Moçambique e a Tanzânia. O território moçambicano cobre 100.000 km2 (~65%), enquanto a Tanzânia cobre 52.000 km2 (~34%). A parte restante do Malawi cobre 2.500 km2 (<2%). Na Tanzânia, a bacia cobre parcialmente três regiões, 4% das quais se situam em Lindi, 75% em Rovuma e 21% em Mtwara. Em Moçambique, abrange duas províncias, 85% na província do Niassa e 15% na província de Cabo Delgado.
A parte ocidental da bacia é a única área com montanhas e altitudes elevadas.
Mais a leste, em direção ao Oceano Índico, a bacia é caracterizada por uma topografia plana, embora não se observem planícies de inundação generalizadas como em muitos outros rios em Moçambique. A parte superior da bacia hidrográfica, Alto Rovuma, é dominada por florestas densas e bosques com algumas manchas de cultivo evidentes nas secções norte da sub-bacia.
À medida que se avança na direção sudeste, a cobertura do solo transita para um mosaico de arbustos e bosques. A maior parte do cultivo nesta bacia hidrográfica ocorre na secção da Tanzânia da bacia do rio. Os mangais podem ser encontrados na foz do rio Rovuma, com algumas florestas costeiras localizadas mais para o interior, a sul do rio Rovuma.


DEMOGRÁFICO
A bacia do rio Rovuma é uma bacia escassamente povoada, com os maiores centros administrativos e comerciais em Lichinga e Songea, em Moçambique.
Na Tanzânia, 90% da população vive em zonas rurais e 10% em zonas urbanas, enquanto em Moçambique, 67% vive em zonas rurais e 33% em zonas urbanas. A população é constituída por agricultores e pescadores de subsistência, dependentes do rio Rovuma e dos seus efluentes para a sua subsistência. Em Moçambique, após o acordo de paz de 1992, a população regressou às suas cidades e aldeias de origem, e a restauração inicial da economia local e as novas iniciativas de desenvolvimento atraíram mais pessoas.
CAPACITAR COMUNIDADES, CONSTRUIR FUTUROS
Ao valorizarmos o conhecimento local e ao fomentarmos um sentido de administração, permitimos que as comunidades prosperem enquanto preservam o seu património cultural.
MODOS DE VIDA
A bacia do rio Rovuma tem recursos hídricos abundantes, mas o acesso à água potável é deficiente devido à falta de infra-estruturas.
O acesso ao saneamento também é deficiente, com mais de 90% a depender de soluções locais. A situação sanitária é principalmente afetada por doenças transmitidas pela água, malária e desnutrição. As comunicações deficientes, o abastecimento de água deficiente, a pobreza, os serviços de saúde rurais deficientes e a subnutrição são factores que contribuem para a falta de saúde. A agricultura é a principal fonte de rendimento da população economicamente ativa, mas a incidência da pobreza é elevada.


VULNERABILIDADE
A vulnerabilidade na Bacia do Rio Rovuma está relacionada com desastres relacionados com a água, tais como inundações, secas, desflorestação, insegurança alimentar, poluição transmitida pela água e riscos de saúde pública associados.
É tanto aguda como crónica, sendo que a maioria das 10 principais doenças e causas de morte estão relacionadas com a água. Faltam instalações sanitárias melhoradas e conhecimentos sobre a relação entre a água, a higiene e a eliminação dos excrementos. A desflorestação é a principal fonte de perda de fontes de água produtivas. Para que a conservação do solo e da água funcione corretamente, é necessária uma abordagem conjunta de todas as aldeias que circundam as áreas das fontes de água.